Alguém perguntou a meu pai por que depois de todos esses anos, continuo sendo a filha única da casa. E como houve um caso de um gatinho com problemas de convivência, resolvi contar um pouco mais dessa parte da minha história.
Quando eu cheguei nesta casa, meus pais não tinham nenhum animal de estimação. Na época ambos trabalhavam e muito, e inclusive a minha mãe trabalhava longe e só voltava para casa nos fins de semana. Assim, eles não pensaram em aumentar a família. Uns 4 anos depois, quando mamãe já ficava mais tempo em casa, apareceu um dia um gatinho na vizinhança e meu pai resolveu trazê-lo para casa.. Fzzz! pra quê?! Fiquei furiosa! Parti pra cima do gatinho e mamãe não teve outra saída a não ser trancá-lo no banheiro, separando-o do resto da casa que era o meu território.
(Aliás, esse é o jeito correto de introduzir um novo habitante dentro de casa com gatos residentes: colocá-los em contato aos poucos. Tem um artigo excelente com explicação detalhada de como fazer essa introdução neste site, vale a pena visitar!)
Bem, apesar de tudo correto, comigo essa introdução não deu certo. Por mais de 8 meses mamãe tentou fazer com que eu aceitasse o gatinho, mas eu não queria saber. Não podia vê-lo que eu ficava furiosa, ele bem que tentou ser amigo mas eu não aceitava. No começo eu batia nele mas em pouco tempo ele cresceu e aí eu parei de puxar brigas. Mas entrei num estado de estresse terrível... Baguncei a hora de ir pro banheiro, fazia cocô fora do lugar, estragava tapete do quarto (nunca antes tinha chegado perto desse tapete...) E perdi o apetite, emagreci horrores. A vida do miaumiguinho também não era muito melhor, mamãe não podia fazer cafuné nele comigo olhando sem que eu ficasse "doente". Assim, ele vivia com medo de mim e sem carinho de meus pais que só o agradavam longe de mim... Aí apareceu alguém que gostou dele e pediu para levá-lo. Depois de muito pensar e chorar, meus pais deram o miaumiguinho para essa pessoa. Pronto! em pouco tempo voltei a ficar uma gatinha alegre, comportada e gordinha :)
Um ano depois dessa experiência, mamãe voltou a ficar com um outro gatinho por 3 meses, dessa vez como hóspede temporário, até aparecer alguém para adotá-lo. Dessa vez eu nem cheguei a vê-lo, mas novamente entrei em estresse; de novo baguncei os meus hábitos, voltei a estragar objetos, perder apetite e emagrecer.
Moral da histótia: poucos gatos são anti-sociais, mas alguns são. E eu fui "premiada" com esse caráter não muito comum. Eu sou extremamente obediente, aceito ordens de meus pais muito mais do que a maioria (dos gatos, claro), sou amorosa e gentil com todos os humanos. Mas infelizmente não sei conviver com outros gatos.
Então, papais e mamães, se já tem um gatinho e quer outro, preste bastante atenção no ritual de introdução do novo morador na casa. E redobre carinho ao mais velho e fique atento a todos os indícios de estresse. Se ambos se aceitarem, ter mais de um gato terá sido a melhor decisão para todos, pois o seu gatinho ganha um companheiro, o novo gatinho ganha um lar e os papais terão a alegria ímpar de conviver com brincadeiras incríveis que só dois (ou mais) gatinhos podem realizar. E todos serão muito mas muito mais felizes!
Mas, se verificar qualquer alteração severa e persistente de comportamento ou hábito no seu gatinho residente (desde falta de apetite até mesmo surgimento de doenças), talvez o seu gatinho seja como eu, um gato insociável que deve permanecer filho único para poder viver com saúde e alegrias.
Ah! uma última observação: se encontrar um gatinho perdido ou abandonado, não o leve direto para casa! ele pode ter doenças e ou parasitas que podem contaminar o seu gatinho de casa. Leve-o antes para o seu veterinário para um check up geral, ok? E até ter certeza de que ele está saudável, evite que ele entre em contato físico direto com os residentes.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Gatos nem sempre são sociáveis
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