domingo, 22 de março de 2009

Gatos de Raça ou SRD

Nossa, os meus posts estão cada vez mais espaçados! Preciso cobrar a mãezinha para ser um pouco mais assídua, já que eu ainda não consigo digitar... Quando tento, sai um monte de "dsklffsçljdf..." kkk

Mas, essa ausência se justifica na medida em que voltei a gozar de boa saúde dando um pouco mais de tranquilidade para todos aqui em casa :)

Hoje queria falar sobre os gatinhos de raça e sem, os famosos SRD - "sem raça definida"... (Não sei que gosto têm os humanos de ficar experimentando cruzamentos e seleção genética, sei que existem muitas raças "criadas" ou inventadas por aí, ao lado de várias que têm características próprias de pelagem, tamanho, índole, etc, que determinam uma raça, devido à região onde viveram por muitos e muitos anos sem contato com outros da sua espécie.)

Um dia eu falei que nós gatos somos animais democráticos por excelência. Nós não temos preconceitos, não segregamos nenhum gatinho pela cor, tamanho ou pelo seu preço no mercado de comércio dos animais. Geralmente convivemos bem com outros gatos e até cachorros, respeitando o espaço e território de cada um, e quase não estabelecemos hierarquia entre nós... Como somos independentes, gostamos de, vez por outra, preservar os momentos a sós, momentos de introspecção e recolhimento; outras vezes, porém, adoramos nos socializar, e muitas vezes até fazemos assembléias e reuniões de confraternização! É claro que forasteiros são recebidos com certa reserva no início, principalmente se vivemos com dificuldade alimentar ou escassez de espaço mínimo que cada um de nós requeremos. Mas isso é por pouco tempo, em menos de uma semana, os novatos já são aceitos por todos como se tivessem estado sempre ali. E se houver (muito raramente!) alguma espécie de segregação, certamente o motivo NÃO é a raça do gatinho rejeitado!

Apesar de eu pessoalmente não ter nenhuma experiência em conviver com cães, sei que com eles acontece praticamente o mesmo, pois mamãe jáa teve vários cães e gatos vivendo juntos com ela. Eles estabelecem uma hierarquia mais rígida entre eles e na relação com humanos, mas de resto são super amigáveis e sem preconceitos raciais.

Um dia a mamãe fuçou a net buscando dados sobre a população de animais de estimação no Brasil. Resultado: ela descobriu que nós somos cerca de 14 milhões de gatinhos COM DONO, e sem dados consistentes para população de gatinhos abandonados ou ferais (aqueles que aprenderam a viver sem donos, sendo semi-selvagens), mas devemos ter uma população, no mínimo, igual ou superior a esses milhões com pais humanos. E diariamente há centenas ou até milhares de novos gatos sendo abandonados, sejam de raça ou não!

Infelizmente para a maioria deles, o destino é muito cruel... Na sua grande maioria, os gatinhos abandonados são bebês sem condições de sobreviver por sua conta; outras vezes, as mamães-gatas são abandonadas junto com a sua ninhada, e no seu desespero de arranjar comida são atropeladas ou envenenadas, com o que os bebês morrem de fome. E se sobrevivem, todos eles acabam por procriar mais vezes, aumentando ainda mais a quantidade de gatos sem donos.

Com os cães, a realidade não é diferente, talvez até pior do que a dos gatinhos. A cada época os homens inventam modismos com determinadas raças, e depois não dão conta de cuidar devidamente dos seus animais e, sem a mínima cerimônia, abandonam-nos à sua própria sorte.

Uma minoria insignifcante desses animais abandonados são recolhidos por almas caridosas (voluntários amantes dos animais) ou por "carrocinha". A maioria encontra a morte prematura nas ruas, não sem antes sofrer todo tipo de infortúnios (como se o próprio abandono não fosse suficiente para quebrar-lhes o coração!), tais como atropelamentos, maus tratos, envenenamentos, doenças de toda espécie...

Os poucos que se salvam desse destino pela ação dos protetores ficam à espera de serem adotados por humanos conscientes e "HUMANOS" e às vezes vivem por anos em abrigos ou lares temporários sem conhecer o amor e cuidados que só uma família responsável pode lhes proporcionar.

Eu sou uma SRD, não sei de que raças eram os meus ancestrais, se é que algum deles era de raça definida... Mas garanto que sou uma gatinha extremamente inteligente, amorosa e linda, belíssima! e que tem conseguido ser a felicidade dos meus pais adotivos.

Quando se decide ter um animal de estimação, os futuros papais e mamães adotivos precisam pensar bem sobre o que realmente quer e espera dessa convivência com um ser SENSCIENTE.

Quer um guarda? um companheiro? um(a) babá ou professor para seus filhos?... Mas, acima de tudo, é necessário saber que nós NÃO SOMOS BRINQUEDO, e nem somos ESCRAVOS! Nós somos mais semelhantes aos humanos do que muitos imaginam. Nós sentimos dor e prazer, fome e sede, alegrias e tristezas, medo e felicidade, e temos memória das experiências tanto boas como dolorosas bem como capacidade de raciocínio "concreto" (não abstrato como dos humanos). E somos SUPERIORES AOS HUMANOS num ponto: devotamos o amor eternamente fiel a nossos pais e família!

E, se levar em consideração o que realmente somos, a questão da raça se torna irrelevante, principalmente para um gato (que não é animal para servir de guarda, coisa que requer - aí sim - determinadas características que são mais frequentes em algumas raças caninas).

Então, por favor, gente! Se pensa em adotar um gatinho, ADOTE mesmo, com ou sem raça definida! NÃO COMPRE, pois cada animal comprado é um abandonado que vai morrer em condições desumanas! O verdadeiro amor pelos animais não se compra, não se vende, adquire-se no ato de adotar um animal sem-teto!

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