Minha mãe acaba de criar este blog para acompanhar a minha vida. É que já não sou nenhuma filhotinha, e desde uns 2 anos pra cá ando com problemas de saúde.
Abaixo meu breve histórico:
Nasci em maio de 1998, não sei onde. Ou foi num canto de uma rua tranquila com moradores sem neuras de perseguir bichos de rua, ou numa casa onde os donos não me quiseram. De qualquer modo cresci sem problemas até meus 2 meses de idade quando minha mãe-gata nos deixou, ou fui separada dela, tendo sido abandonada junto com meus irmãos naquela rua. O que sei é que meus irmãos continuaram naquela rua sem serem resgatados por alguns meses ainda... tomara que tenham encontrado pais adotivos como eu! A minha sorte foi que, numa noite fria de julho, fui dormir na saia do motor de um carro, e acordei de manhã cedo assustada com o calor que vinha de cima: o motor estava ligado e o carro estava andando! Fui esperta o suficiente para não pular fora, mas de miar o mais alto possível pedindo ajuda. O motorista do carro felizmente me ouviu e parou o carro, eu desci rapidamente e me refugiei dentro do carro entrando pela porta aberta. O dono do carro voltou para a rua onde nasci (ou fui abandonada), me colocou na calçada para que eu encontrasse o caminho de casa. Mas, novamente fui esperta: eu não tinha dono e resolvi que aquele homem seria meu pai humano. Assim, eu o segui até o seu apartamento subindo a escada atrás dele. Ele abriu a porta do apartamento falando para a esposa "estou fugindo de um gatinho!" A esposa adorou ouvir essas palavras, escancarou a porta me procurando com olhos no saguão. Foi a deixa para eu entrar correndo no apartamento. E dele não saí mais!
Meus pais moravam sozinhos, e me ofereceram leite e um pouco de carne moída do jantar de véspera. Mas eu não estava habituada com esses quitutes e rejeitei... A minha mãe saiu correndo para comprar um saco de ração, meu pai providenciou uma caixa de papelão com jornal picado para meu banheiro improvisado. Naquela primeira semana, experimentei várias rações e nenhuma agradava muito o meu paladar, até que me trouxeram o Cat Chow sabor Delícias do Mar. Era realmente uma delícia, e escolhida a ração, nunca mais quis comer outra coisa; passei 8 anos comendo só dessa ração até que fiquei doente, e essa é a história que vou contar aos poucos. Meus pais podiam largar o que quisessem sobre a mesa ou pia da cozinha, eu nunca tive interesse em "assaltar" as compras nem as refeições deles. Nesse quesito também houve mudança recente... coisas da velhice? Contarei também aos poucos sobre essas mudanças de hábito na medida das lembranças.
Fui e ainda sou uma gata super bem comportada. De modo geral, hehe... Mas fiz as minhas artes também. Estraguei bem a poltrona tipo cadeira-de-papai, e 2 dos 4 módulos de poltronas da sala, arranhando todas as partes. Vivia escalando a cortina da sala e estraguei os puxadores das cortinas. Mas... quem manda os humanos colocarem esses pingentes dançantes irresistíveis?! sou uma gatinha, oras! E tenho as minhas preferências, não me venha com arranhadores que não gosto deles; prefiro os sofás e tapetes tão mais macios e fáceis de rasgar, para minhas garras ficarem bem afiadinhas. No começo, meu pai ficou super chateado com meus estragos... mas os móveis eram da mamãe, e ela se conformou bem depressa. Assim, as broncas que levei nunca foram tão assustadoras a ponto de me "educar" contra os arranhões nesses móveis. De qualquer modo, com o tempo e com o alicate de unha que entra em ação uma vez por semana, diminuí bem o exercício de afiar as garras. E, de resto, nunca fui agressiva, sou bem paciente com os humanos e sua falta de habilidade em entender os animais, embora faça questão que respeitem as minhas vontades, e não tolero carinhos em excesso.
Uma lembrança da infância que é importante como aviso. Logo na primeira semana de vida com meus pais, caí duas vezes da janela! Ainda bem que moro no primeiro andar, e abaixo da janela havia uma moto estacionada coberta com protetor de lona grossa, o que amorteceu a minha queda e não me machuquei. Mas levei baita dum susto, e meus pais também. Já na segunda semana havia telas de proteção em todas as janelas, e desde então posso correr e pular atrás de insetos e passarinhos sem preocupação! Dizem que alguns parentes meus costumam roer essas telas estragando... Miaumiguinhos, não façam isso! Não aconselho, viu? é perigoso! Os papais podem passar citronela na rede durante o primeiro ano de vida dos seus gatinhos para desencorajar essa prática perigosa e mal-educada.
Bem... este blog é para registrar as memórias da minha vida com meus pais, mas também, e principalmente, registrar os altos e baixos da minha saúde. É que desde inverno de 2006, quando completei 8 anos, venho apresentando problemas de saúde. Sei que ainda sou bastante jovem, só vivi pouco mais ou menos de metade da minha vida. E sempre fui muito saudável, graças a deus-gato nunca fui infectada com doenças que atingem muitos gatos de rua e de casa também. E minhas vacinas sempre estiveram em dia. Mas por algum motivo, meu aparelho digestivo ficou debilitado. Neste Natal, passei tão mal que tiveram de me levar para minha veterinária. Ontem tomei meio frasco de soro na clínica, e hoje vou tomar a outra metade. Como perdi totalmente o apetite (e gatos não podem ficar sem comer) ontem a minha mãe me enfiou 3 colheres de café de papinha na garganta, e a vet me deu comprimido de Cobavital para estimular o meu apetite. Só que acho esse remédio uma droga, me deu tontura e queimação de estômago. De ontem para hoje quase nem dormi, tamanho era o mal-estar que sentia. Chorei várias vezes e fuzilei os meus pais com olhar, mas eles não conseguiram me aliviar... Na segunda feira vão me raspar a barriga para o exame de ultrassom, só espero que a pancreatite não tenha piorado novamente... Arre! toda maratona de exames e injeções outra vez! Vou tentar manter a minha compostura sempre gentil para me livrar do tratamento o mais cedo possível, mas sinto que de novo vai ser uma luta bem difícil... Torçam por mim!
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